Ando um pouco recolhida em mim mesma, mas não parada. Além dos mosaicos, de viver e cuidar do dia a dia, reservo momentos para organizar o caos. Caos em que se encontrava, por exemplo, a oficina do meu pai e do qual tinha que dar conta, uma tarefa um pouco estranha e que não dependia só de mim: mexer nos “imexíveis” de Seu Walter. Cada ferramenta, cada peça tem sua história e ele as conhecia todas. Coisas ainda do meu avô...
Entre o pensar e o fazer, um amigo do alheio visitou o local de madrugada e diminuiu os objetos a serem destinados a esta ou àquela pessoa. Com tal motivação, rapidamente terminei o serviço.
A vocação para sucateira continua viva e pulsante, assim, durante este retiro, restaurei duas peças que jaziam há anos à espera de uns cuidados. O antigo armário de banheiro da minha mãe (feito pelo meu pai) e uma cadeira que recolhi do lixo na casa da minha filha, afinal, a madeira que resistiu bravamente durante anos às intempéries, merecia ser bem tratada.
E como dizia minha mãe, nada nem ninguém é tão ruim a ponto de se jogar fora.