É por isso...

Desse tempo venho eu. E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo". (Eduardo Galeano)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Aproveitando os selos usados

Caixa para chá ou outros trecos


Porta carta e porta chaves


Marmorizado, uma variação


Utilizei peças de MDF, muito bem acabadas, da lojinha da minha amiga Rosely. 
Rua Maria Zamlutti, 53 - Brooklin - Telefone: (11) 5044 3884 
Logo poderão fazer uma visita no seu blog, que já está em construção.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Um novo cantinho


Andei bem ausente do Sucata & Cia, pois como já contei no Tropaeolum em  "É o Extermínio",  tive alguns problemas com chuva de granizo e destruição do lugar onde trabalhava - um terraço amplo, ex-coberto, no piso superior.


Hoje, depois de 14 dias, consegui finalmente organizar o que restou e ajeitar um cantinho até bem aconchegante para trabalhar. Só as pinturas terei que fazer ao ar livre, devido ao meu fígado sensível.


No canto esquerdo da foto acima, a mesinha de telefone recolhida do lixo da casa onde morou o Dr. Virgílio, engenheiro que trabalhava na Lacta e a quem me reportava para tratar dos serviços que prestava àquela empresa nos meus 17/18 anos. A peça está em processo de restauração e vai para a casa da minha irmã Sid.


Já terminei e entreguei alguns trabalhos pendentes e agora é tomar fôlego depois da arrumação e sob a intercessão de São Judas Tadeu, cuja imagem guardo no primeiro oratório que meu pai e eu fizemos é só reciclar, reciclar, reciclar...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Todos os selos de uma vida

Fui obrigada a sentar-me aqui e escrever antes que a adrenalina me sufocasse. Eu fiz. Eu me surpreendi.

Não sou filatelista, nem me ligo no assunto, mas sempre considerei e admirei os selos, como obras de arte. Então, nunca joguei um selo fora. Guardei-os todos, com os pedacinhos dos respectivos envelopes e coloquei-os sempre no envelope que me acompanha, com certeza há mais de 40 anos. Sempre achei que um dia eles teriam uma utilidade artesanal.

Esta semana tive o insight para sua utilização e agora há pouco abri o envelope e despejei o conteúdo pela primeira vez.

 Não acreditei no que meus olhos viam, era tanto selo, mas tanto selo, que espalhei pelo chão, fotografei e ainda lá estão enquanto compartilho com meus leitores a surpresa diante do revelado.

Selos de várias épocas, comuns, sofisticados, vindo de vários estados e países. De contas a pagar, de notícias recebidas, de alegrias, tristezas, nem sei...

Enquanto espalhava-os para a indispensável foto, o coração acelerava e a mente cantava "Mensagem", música de Cícero Nunes e Aldo Cabral, sucesso que decolou na voz de Isaura Garcia, em 1959, e cuja interpretação magistral de Maria Bethânia, que mescla texto de Fernando Pessoa sempre me toca.

Também descobri que os selos do tempo que se colava com lambidas, soltam-se facilmente do papel, mas depois da invenção da cola branca, a coisa fica difícil...




Mensagem
Autores: Cícero Nunes – Aldo Cabral

Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ah! De surpresa, tão rude,
Nem sei como pude chegar ao portão

Lendo o envelope bonito,
O seu sobrescrito eu reconheci
A mesma caligrafia que me disse um dia
"Estou farto de ti"

Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"

Quanta verdade tristonha

Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais.


 "Todas as cartas de amor são ridículas,
Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas
Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas
As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas
Quem me dera o tempo em que eu escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas." (Fernando Pessoa)

Ouça  Mensagem


domingo, 4 de março de 2012

Nada se perde, nada cria, tudo se transforma...


Ontem à noite, como faço em todos os sábados, fui até o portão para acompanhar minhas irmãs e cunhado. Ainda bem que fui um pouco além do portão. Lá estava ela. Uma caçamba nova no pedaço.

A Ju, minha irmã mais nova, tentou me impedir, disse que isso já está se tornando TOC, mas quando  entrou no carro fui dar uma espiada e descobri  que ela pertence a uma casa em reforma e pelo conteúdo via-se que a reforma chega ao acabamento. A melhor parte, onde os entulhos constituem-se de materiais novos.

Encontrei um pedaço de barra metálica, ainda com o adesivo protetor, que no escuro, pareceu-me alumínio, mas na luz, percebi que não era. Torci para ser ferroso, a cabeça já fervia com a possibilidade de utilização imediata se o fosse. E era.

Depois de bem lavada e higienizada, transformou-se no mostruário dos meus ímãs de geladeira de ganchos que prendem as bananas ao suporte, no supercardo.




PS. Não é TOC (Transtorno da Obsessão Compulsiva), é apenas vontade de fazer arte sem ser criança.