É por isso...

Desse tempo venho eu. E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo". (Eduardo Galeano)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Sem eira, só com beira

Domingo saiu na Revista da Folha um artigo da Vanessa Barbara, intitulado "As melhores caçambas da cidade", onde ela conta o que eu já sabia, elas estão, é claro, na região dos jardins. No artigo ela não menciona a Alameda Jaú, excelente garimpo, de onde ainda conservo algumas peças.

Não tão nobres, nem tão chiques, as caçambas dos bairros também têm o quê se aproveitar. Às vezes basta uma limpeza, outras alguns reparos, o que faz da peça recuperada um prazer maior.

Das últimas garimpagens, me restam 4 peças. Um rack de cerejeira maciça com rodinhas já substituídas, em fase de acabamento, o cavalete de pintor que sei, tem muita história pra contar. Ele que suportou durante anos, lindas obras de arte, estava mal tratado, sujo, desmontado, jogado no meio fio. A caixa e a casinha - prontas para serem adotadas.




A caixa, com seu interior subdividido e revestido de camurça é ideal para guardar bijuterias. Depois de lavar e lixar, troquei as dobradiças quebradas, pintei e para rematar colei na tampa um quebra cabeça que comprei e montei especialmente pra ela. Fugi à regra de só usar materiais reciclados, mas queria dar um toque especial nessa peça e confesso: já estava com saudades de montar um quebra cabeça, um dos meus hobbies. Esse de  500 mini peças com a paisagem da Capadócia.



Na casinha, enfeite de quarto de criança, depois de limpa, lixada e pintada com sobras de tinta branca, apliquei um fundo revestido de tecidos, retalhos do meu estoque e rematei com uma eira de cartão pintado de branco e perfurado. É uma casa pobre, não tem "eira", só "beira".