Dia desses estive nos Jardins, mais especificamente na Rua
José Maria Lisboa no trecho compreendido entre a Avenida Nove de Julho e a
Gabriel Monteiro da Silva. Área nobre, belas moradias e uma fauna sui generis.
Jovens mães acompanhadas de crianças
uniformizadas, com shorts exageradamente curtos em dissonância com os cabelos,
coloridos de branco prateado a la Meryl Streep em “O Diabo veste Prada”. Acho que é moda e se for não incomoda. Eu
particularmente sou fã dos cabelos in natura e ao encontrar amigas que assumem as madeixas
brancas ou grisalhas, me encanto. Elas adquirem um ar respeitável e distinto.
Numa esquina, um faxineiro lavava a calçada com uma dessas
máquinas que aumentam a pressão da água, como se a crise hídrica fosse uma
alucinação coletiva, enquanto um senhor, alienado ao celular, levava nas
coleiras três cachorros - reparei na beagle - que diferente dele, tudo
observavam, cheiravam, viviam o passeio.
Aliás, as pessoas passavam por mim falando sozinhas, sim, sozinhas, pois o interlocutor não estava
presente embora elas gesticulassem como se tal acontecesse.
Mas o melhor de tudo eram as caçambas. Não sei se foi sorte
ou azar estar a pé. Mas de qualquer maneira um carro comum seria pouco pra
garimpagem. Como se desperdiça neste país!
Por causa da última caçamba, antes
da Gabriel Monteiro da Silva, passei o laboratório para onde me dirigia e como
era do outro lado da rua, pude lamentar bem de perto sobre um gaveteiro de madeira maciça, que me
acenava da caçamba.
- Sinto muito, hoje não vai dar!
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